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Ministério da Igualdade Racial (MIR) lançou, no Ilê Omiojuarô, o edital Mãe Beata de Iemanjá Contra o Racismo Ambiental

  • Foto do escritor: WR Express
    WR Express
  • 3 de jul.
  • 3 min de leitura

Atualizado: 11 de jul.

Iniciativa premiará 15 mil práticas ambientais lideradas por comunidades de terreiro

Foto: Cláudio Kbene/PR
Foto: Cláudio Kbene/PR

✅ 03/07/2025 | 22:44


O Ministério da Igualdade Racial (MIR) lançou, nesta quinta-feira (3), no Ilê Omiojuarô, em Nova Iguaçu (RJ), o edital Mãe Beata de Iemanjá Contra o Racismo Ambiental. Serão premidas 54 iniciativas de promoção da justiça ambiental já realizadas ou em andamento por Povos e Comunidades Tradicionais de Terreiro e de Matriz Africana, que receberão R$15 mil cada. As inscrições começam no dia 4 de julho.


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“Esse prêmio é ainda mais relevante em ano de COP30, uma vez que o MIR tem defendido a pauta da participação dos afrodescendentes, povos e comunidades tradicionais e de matriz africana nas negociações sobre clima e meio-ambiente”, colocou a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco.


A primeira-dama, Janja da Silva, e a ministra da Cultura, Margareth Menezes, também estiveram presentes no lançamento e na homenagem à matriarca do terreiro, Mãe Beata de Iemanjá, que aconteceu na mesma ocasião. A honraria foi recebida pelo pai Adailton de Ogum, que hoje está à frente do Ilê Omiojuarô, tombado em 2015 como patrimônio cultural do estado do Rio de Janeiro.


“São as religiões de matriz africana, e especialmente as mulheres, as grandes protetoras do meio ambiente e articuladoras de ações de adaptação às mudanças climáticas”, colocou a primeira-dama.



Fruto de um Termo Execução Descentralizada (TED) entre o MIR e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e a Fundação José Bonifácio (FJB), com apoio da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), a iniciativa visa fortalecer e reconhecer essas ações como fundamentais para a justiça ambiental no Brasil.


Serão selecionadas duas ações por unidade da Federação com o objetivo de, por meio da regionalização, promover a democratização do fomento a iniciativas de base territorial e comunitária.


Inscrições – O prazo para submissão de propostas começa nesta sexta-feira (4) e vai até dia 4 de agosto. As ações serão avaliadas por uma comissão que será nomeada por uma portaria da UFRJ. Os legitimados para inscrever a iniciativa são a autoridade máxima do povo ou comunidade tradicional de terreiro e de matriz africana, uma pessoa indicada por essa liderança ou um representante legal da comunidade.


O site do concurso, editalmaebeatadeiemanja.prosas.com.br, estará disponível a partir de 4 de julho.



Mãe Beata de Iemanjá – Nascida Beatriz Moreira Costa, em 20 de janeiro de 1931, em Cachoeira (BA), a líder religiosa foi referência nos campos da cultura e da religiosidade de Matriz Africana, do ativismo antirracista e da luta pelos direitos humanos no Brasil. Em 1985, fundou, em Nova Iguaçu (RJ), o terreiro Ilê Omiojuarô, espaço não apenas de culto, mas também de acolhimento, resistência cultural e mobilização comunitária.


Além de liderança religiosa, Mãe Beata foi educadora popular e escritora. Defensora dos direitos humanos, em especial na defesa das mulheres negras e da liberdade religiosa, sua atuação ultrapassou os limites do terreiro, conectando espiritualidade, meio ambiente, saúde, cultura e política.


Engajada em campanhas de prevenção ao HIV/AIDS, combate à violência contra a mulher e promoção da justiça ambiental, Mãe Beata de Iemanjá fez da sua trajetória um exemplo vivo da intersecção entre saber ancestral e ação transformadora. Foi também presidenta de honra da ONG Criola, referência nacional na luta pelos direitos das mulheres negras.

 
 
 

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