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Entre a Vida e a Calunga

  • Foto do escritor: WR Express
    WR Express
  • há 4 dias
  • 3 min de leitura

Por: Elis Peralta

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04/11/2025 | 09:02


Quando se fala em Dia de Finados, muita gente pensa em lágrimas, velas e flores

frias em túmulos.Mas na Umbanda, nós sabemos que esse dia é muito mais do que

luto , é passagem, lembrança viva e energia em movimento.


Na Tenda de Umbanda Estrela de Aruanda (TUEA), onde caminho há 17 anos eu

reverencio a minha Guardiã Maria Navalha, afinal falamos aqui de uma tarefeira da

calunga, que toma para si essa data com força, que gosta de ser celebrada nesse

dia, pois sabe ver além da superfície da vida física.


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Por isso, integro o meu olhar pessoal à visão maior da Umbanda, e convido você a

mergulhar comigo neste tempo de passagem.


Desde os tempos antigos, o homem sente essa vontade de honrar quem partiu. Os

Celtas já faziam isso muito antes do cristianismo existir. Para eles, a morte nunca

foi o fim, era o encerramento de um ciclo e o começo de outro. O mesmo que nós

entendemos na Umbanda através da vibração de Obaluaê/Omulu, o Senhor das

Passagens, da cura e do recomeço.


Quando olho para essa data, sinto que ela nos ensina a mesma coisa: nada morre,

tudo se transforma. A morte é só a alma voltando para casa.


Na Umbanda, louvamos as Almas todos os dias. Elas estão entre nós o tempo todo.

Estão nas giras, nas preces, nas orações simples que fazemos ao acordar, nos

pedidos de força que soltamos no vento. As Almas caminham conosco, nos ajudam

a enxergar, nos protegem e, quando precisam, também recebem amparo.


E aquelas que são encaminhadas através das nossas linhas de esquerda, dos

Pretos Velhos, dos Baianos seguem seu caminho no tempo e na hora certos. Cada

alma tem o seu passo. Cada passagem tem o seu ritmo.


Por isso, acredito que o 2 de novembro deve ser um dia de alegria, memória boa e

coração leve. Porque, se existe mesmo um portal que se abre nesse dia, e eu

acredito que sim , aqueles que nos amam e nos visitam lá do outro lado vão se

alegrar em ver que estamos bem, sorrindo, lembrando deles com carinho, e não

mergulhados em tristeza.


A dor é humana, eu sei, mas quando ela se transforma em apego ou revolta, acaba

virando peso, e esse peso pode até desviar uma alma da caminhada dela.

Que neste 2 de novembro, possamos acender uma vela com alegria, cantar com fé,

e deixar que a saudade vire força.


Porque as Almas não querem lágrimas, querem ser lembradas com luz, gratidão e

amor.


E Maria Navalha, lá de minha porteira, sorri quando vê que entendemos isso.


Axé das Almas.

Axé das Passagens.

Axé da vida que segue em todos os planos.




Elis Peralta - AxéNews

Elis Peralta

Elis Peralta D’Osun é sacerdotisa de Umbanda, empresária, autora e terapeuta integrativa. Sua trajetória é marcada pela busca de unir o sagrado ancestral com a vida prática, conduzindo pessoas a despertarem sua força interior e a caminharem com consciência espiritual. Criadora do Estrela Cigana Espaço Holístico desde 2007, Fundadora da Tenda de Umbanda Estrela de Aruanda (TUEA) desde 2008, Elis tornou-se referência como líder espiritual, oraculista e facilitadora de cursos que resgatam tradições da Umbanda, da cultura cigana e afro-brasileira, além de práticas xamânicas e de cura natural... [+ informações de Elis Peralta]



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