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Povos de terreiro têm representação por meio de mulheres negras de axé na COP30, em Belém do Pará

  • Foto do escritor: WR Express
    WR Express
  • 14 de nov.
  • 3 min de leitura

O futuro por justiça climática já começou! E é agora

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✅ 14/11/2025 | 20:29


Nota produzida por Iya katiuscia de Yemanjá, Ana Tobossi e Iya Roberta Costa de Yemanjá


As lideranças Iya katiuscia de Yemanjá da Casa coletivo do Terreiro Òbá Labi, Ana Tobossi do Movimento Popular de Favelas, e Iya Roberta Costa de Yemanjá do Instituto Águas do Amanhã foram a COP30 por meio da Comitiva de Mulheres Negra da ONG Criola para pautar justiça, bem viver e reparação para as comunidades tradicionais e o povo negro e periférico.


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A iniciativa da ONG Criola, por meio de sua rede Mulheres Negras, por justiça climática está proporcionado a ação dessas lideranças bem no centro das discussões internacionais sobre clima, justiça climática, gênero e a participação da população afrodescendente nestes espaços.


A diretora da Casa Coletivo Terreiro Òbá Labi e coordenadora de incidência política para povos e comunidades tradicionais, Iya katiuscia de Yemanjá, que já vem de uma trajetória de incidência política ambiental desde 2020, está em Belém para visibilizar e dialogar por políticas ambientais e metas nacionais que coloquem em suas diretrizes a proteção aos territórios tradicionais, uma educação ambiental como eixo político de conscientização e incidência, e as soluções que há tempos mulheres negras de terreiro fazem em nome da preservação da vida, medidas que tem sustentado viva todo um povo.


Iya Katiuscia aponta que “é no mínimo curioso não se pensar como nós - a população Negra e pobre - estamos vivos até aqui, se somos alvo das negligências governamentais desde a colônia. Todas as injustiças ambientais, tragédias, enchentes, fome, violências múltiplas ao corpo-território recaem sobre nós, população Negra e periferica deste país! Quem nos faz viver? Como não pensar nas mulheres, sobretudo negras, tradicionais e indígenas, que estão por séculos na base de tantas soluções adaptativas e mitigatórias, porque não ouvi-las?”


O Instituto Águas do Amanhã e Rede ICAA, liderados por Iya Roberta Costa de Yemanjá, co-fundadora do Fórum Nacional de Cozinhas Solidárias pousa nas terras amazônicas para falar de segurança alimentar. A Iyalorixa que ocupa território na extrema zona oeste do Rio de Janeiro, em Sepetiba, tem se colocado como um grande nome na garantia pelo combate à fome e o acesso digno à alimentação pelas cozinhas ancestrais.


Hoje, primeira entidade gestora dos povos de matrizes africana do MDS, em diálogo direto com CONAB, tem sido a principal responsável pelas casas de axé e suas cozinhas seculares expandirem o acesso à alimento vindo das políticas públicas de combater a fome.


Iya Roberta afirma “não há soberania alimentar sem as cozinhas ancestrais que é uma tecnologia secular; e não há resistência dessas cozinhas sem fomento de seus quintais produtivos”.


A Iya também lembra que as cozinhas solidárias hoje tem 33% de sua existência nas mãos de comunidades tradicionais, incluindo povos de terreiro. E 86% são lideradas por mulheres negras.


Ana Tobossi de Oxum, mulherista e militante do movimento negro, chega ao Pará e em sua bagagem traz a luta das mulheres negras de favela. Diretamente do Complexo do Penha, também no Rio de Janeiro, dias após a terrível chacina acontecida no território, Tobossi vem denunciar as injustiças ambientais e o racismo que produz toda violência contida nestes territórios e que afetam diretamente mulheres negras.


Tobossi lembra que “é preciso mudar a perspectiva do que as favelas vivenciam, e mulheres negras com seus saberes ancestrais são o portal dessa solução".


A Iya enfatiza que mulheres negras só não estão no centro do debate porque o racismo as tirou de lá. Desse modo, é preciso fazer com que retornemos aos nossos aprendizados para ocuparmos lugares que sempre foi dessas mulheres, um lugar de conhecimento, estratégia e política.


O futuro por justiça climática já começou! E é agora.

 
 
 

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