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Festival IYÁ-AGBÁ 2025 celebra a ancestralidade, a ecologia e os saberes tradicionais em Sepetiba/RJ

  • Foto do escritor: WR Express
    WR Express
  • 23 de jul.
  • 3 min de leitura

Atualizado: 26 de jul.

O festival acontece na sede do Instituto Terreiro Sustentável

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✅ 23/07/2025 | 18:48


No próximo dia 26 de julho de 2025, o Instituto Terreiro Sustentável realizará o Festival IYÁ-AGBÁ, evento cultural e espiritual que celebra a ancestralidade, a justiça climática e os saberes dos povos de terreiro. Com o tema “Um Pouco Mais Afro – Raízes, Cura e Ancestralidade”, o festival acontece na sede do ITS, na rua Elisa, 48 - Sepetiba, Rio de Janeiro (RJ), reunindo lideranças tradicionais, educadores, juventudes, coletivos culturais e comunidades tradicionais da região metropolitana do Rio de Janeiro.


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O festival é a culminância de um projeto mais amplo, que inclui a revitalização da Trilha Biocultural Cidade da Jurema e o curso de formação “Um Pouco Mais Afro”, realizado entre os dias 14 e 18 de julho. As ações são parte da agenda permanente do Instituto Terreiro Sustentável em defesa dos territórios tradicionais, da espiritualidade ancestral e da educação ambiental popular.


A programação do dia 26 começa às 9h com café da manhã coletivo, abertura ritual com representantes das nações Angola, Jeje, Ketu e Efon, gira de caboclos e homenagem aos Mestres da Jurema.


Desde o mês de junho, a campanha tem mobilizado juventudes, povos de axé, educadores e lideranças tradicionais com formações, mutirões de reflorestamento, trilhas culturais e atividades de sensibilização nos territórios. Inspirada nos ODS dos Povos de Terreiro, a iniciativa defende que só é possível construir um mundo sustentável com justiça ancestral, espiritualidade viva e participação popular.


O Festival IYÁ-AGBÁ marca a culminância dessa jornada, reunindo comunidades tradicionais, coletivos e militantes em torno da fé, da floresta e do futuro. Entre os destaques da programação estão as três rodas de conversa temáticas, que serão realizadas na tarde do dia 26 como verdadeiros terreiros de palavra e escuta.


Rodas de Conversa: escutar para curar, falar para resistir


As rodas de conversa do Festival foram pensadas como espaços de construção coletiva, onde as experiências dos povos tradicionais se conectam às lutas ambientais, culturais e espirituais do nosso tempo. Com convidados(as) de diversas tradições religiosas e territórios, as rodas celebram o poder da oralidade como ferramenta de resistência e reconstrução do mundo.


🔸 Roda 1 – Raízes, Curas e Ancestralidade

Mães de santo, benzedeiras e lideranças espirituais dialogam sobre as medicinas tradicionais de matriz africana, da floresta e do terreiro. Uma roda para honrar folhas, águas, orações e rezas como formas de cuidado integral.


🔸 Roda 2 – Orixás, Nkisis, Voduns e Encantados: Guardiões da Floresta

Um encontro entre diferentes cosmovisões afro-diaspóricas para pensar sustentabilidade e espiritualidade. A roda conecta os encantados, os ancestrais e os territórios vivos como base para uma nova ética ambiental.

🔸 Roda 3 – Dos Mangues à COP30: Políticas Públicas e Justiça Climática para os Povos Tradicionais

Representantes de comunidades pesqueiras, quilombolas, indígenas e de matriz africana refletem sobre o papel político dos povos da água e da mata frente aos grandes debates globais sobre o clima. O mangue, símbolo de resistência, é colocado no centro da luta por reparação e dignidade.


As rodas serão acompanhadas de apresentações culturais, performances e partilhas sensíveis, criando uma ambiência de acolhimento, escuta e mobilização.


O projeto dialoga com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, reinterpretados sob a ótica dos Povos de Terreiro. Para o Instituto Terreiro Sustentável, não é possível falar em justiça climática sem reconhecer os direitos e saberes ancestrais das comunidades tradicionais, que historicamente protegem a biodiversidade e constroem práticas sustentáveis baseadas em espiritualidade, circularidade e coletividade.


A participação é gratuita e aberta ao público. Terreiros, coletivos culturais, comunicadores populares, universidades e lideranças comunitárias estão convidados a somar forças neste importante momento de celebração, memória e resistência.


O Instituto Terreiro Sustentável reafirma com este festival que os terreiros são espaços de saber, de cura e de futuro. E que só com os pés no chão sagrado e os ouvidos atentos às vozes ancestrais conseguiremos reimaginar um mundo justo e sustentável.

 
 
 

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