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A invasão de um espaço histórico: Terreiro da Casa Branca sofre com furtos territoriais e materiais

O Ilê Axé Iyá Nassô Oka, situada no bairro da Federação, está em perigo

29/03/2023 | 18:48


Hoje Salvador completa 474 anos, mas nem tudo é motivo para comemoração. A primeira instituição religiosa de matriz africana do país, o Ilê Axé Iyá Nassô Oka, situada no bairro da Federação, está em perigo.




O espaço sagrado é tombado pelo IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, reconhecido como Patrimônio Cultural Brasileiro e inscrito nos livros do Tombo Histórico e Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico, em 1984. O tombamento inclui uma área de 6.800 metros quadrados (m²) com edificações, árvores e seus principais objetos sagrados.


A cerca de cinco anos, o templo de culto aos Orixás vem sendo invadido por construções irregulares. Se não bastasse esse fato, moradores da comunidade de terreiro, tem seus pertences roubados dentro de suas casas particulares.


O Axé Iyá Nassô é uma instituição matriarcal, por esse motivo, acaba suscetível a esses ataques. O espaço contempla 13 casas particulares, onde residem algumas pessoas idosas e outras que passam o dia fora, por conta da vida profissional. Isso facilita a ação dos vândalos.


Lideranças do terreiro estão mobilizando pessoas influentes e instituições públicas em busca de resolução, como relata a Advogada e Equede Isaura Neta, "temos outras obras que ameaçam o terreiro, mas essa em questão, começou em 2019. Em 2020 encaminhamos um expediente ao IPHAN, pedindo um posicionamento ou interferência, que não surtiu efeito. Por conta da pandemia, não tinha sido estruturado um protocolo de denúncias virtuais. Só conseguimos formular uma denúncia em 2021, onde começou a caminhar", explicou a advogada por chamada de voz.


O Ministério Público do Estado da Bahia foi acionado e as medidas cabíveis estão sendo estudadas, "a promotora Hortência Gomes Pinho, responsável pela denúncia na época, foi sempre muito parceira e através da inteligência do MP achou o nome e endereço do proprietário do imóvel. Assim tivemos audiências com representantes da prefeitura e do IPHAN. Entretanto, com enquanto o processo não caminhava, ele seguiu construindo", finalizou Isaura Genoveva Neta.


Por hora, o medo assombra esse espaço regido pelos Deuses de Matriz Africana a quase 200 anos, tempo de existência da casa. Hoje, na parte da tarde, representantes do CREA-BA - Conselho Regional de Engenharia e Agronomia - estarão presentes no local para avaliar a situação.






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