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Orun Santana leva a dança pernambucana à 5ª edição do Festival Baluê, na França, com apoio do Funcultura

  • Foto do escritor: WR Express
    WR Express
  • 29 de jun.
  • 3 min de leitura

Atualizado: 9 de jul.

O bailarino vai se apresentar nas cidades de Paysac e Sète

Foto: Anderson Stevens MG
Foto: Anderson Stevens MG

✅ 29/06/2025 | 23:32


O bailarino, coreógrafo e brincante pernambucano Orun Santana embarca para mais uma travessia internacional. De origem enraizada no bairro de Chão de Estrelas, no Recife, ele apresenta na França seu premiado solo *Meia Noite*, obra que dialoga com a ancestralidade, o afeto e o corpo negro como território de memória e invenção. Com incentivo do Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura (Funcultura-PE), o espetáculo será apresentado nos dias 4 e 5 de julho em Paysac, e em 11 e 12 de julho em Sète, dentro da programação da 5ª edição do Festival Baluê — iniciativa idealizada por artistas pernambucanos radicados no território francês.


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Filho do mestre Meia Noite e da mestra Vilma Carijós, fundadores do Centro de Educação e Cultura Daruê Malungo, Orun traz em seu corpo a herança viva da capoeira, das danças populares e de um legado de resistência e celebração construído em comunidade. Sua atuação como diretor da Cia Daruê Malungo e como artista solo já passou por importantes palcos no Brasil e no mundo — incluindo turnês pelo Festival Palco Giratório, MITsp, Itaú Cultural, Festival de Arte Negra (FAN), e apresentações na China e na primeira passagem pela França, em 2022.


Foto: Anderson Stevens MG
Foto: Anderson Stevens MG

Na França, o espetáculo será acompanhado por uma residência artística e oficinas de troca com fazedores de cultura locais, com destaque para as danças afro-brasileiras. “Essa residência é uma caravana coletiva”, explica Orun. “Vamos estar em grupo, com artistas da música, do teatro, da dança. É um grande circo em movimento, onde tudo se mistura. Vamos trocar entre nós, com o público francês, com o território.”


*Meia Noite*, como obra, propõe uma coreografia da memória. A capoeira se funde ao brega funk, cavalo-marinho, vaquejada e samba de coco, compondo um vocabulário físico que evoca o gesto do pai-mestre e o chão do Recife periférico. “É um espetáculo que apresenta a cultura negra brasileira sem estereótipos, refletindo sobre colonialismo, fragilidade dos corpos e territórios negros, mas também sobre alegria, brincadeira e potência criativa”, diz o artista.


No centro da dramaturgia está a relação entre pai e filho, mestre e discípulo. “A obra nasce da minha relação direta com meu pai, mestre Meia Noite. Mas também reverbera nas trajetórias daqueles que ele formou. Inclusive o Festival Baluê nasce dessa linhagem: foi fundado por ex-alunos dele. É uma rede que pulsa a partir dessa ancestralidade.”


O incentivo do Funcultura foi determinante para viabilizar o projeto. “A cultura popular e a dança negra ainda encontram muitas barreiras para circular. As leis de incentivo são muitas vezes a única forma de chegar a outros territórios. É também um investimento político: exportar cultura é criar laços comerciais e simbólicos, e isso precisa ser permanente.”


Ao participar do Festival Baluê, *Meia Noite* amplia a presença de Pernambuco em circuitos culturais internacionais. E o faz a partir de outra lógica: não a da exotização, mas a da presença implicada. “O Baluê é um festival criado por pernambucanos, com foco na cultura popular. É diferente de ocupar um teatro europeu institucional. Aqui, nos conectamos com o povo, com o território. Isso muda tudo”, afirma Orun.


O espetáculo segue seu trajeto com os pés no chão e os olhos no futuro — corpo que dança o passado e projeta o que virá. “Quero que o público francês sinta que o Brasil é muito mais do que o clichê. Que veja a força da cultura negra brasileira, da cultura pernambucana, com suas contradições e sua beleza. Que perceba que nossos corpos dançam, sim, mas também pensam, celebram e resistem".


Ficha técnica:

Espetáculo "Meia Noite"

Diretor e autor: Orun Santana

Duração: 60 minutos

Créditos da Equipe do Espetáculo:

Intérprete-criador e Diretor - Orun Santana

Consultoria artística - Gabriela Santana

Trilha Sonora - Vitor Maia

Iluminação - Natalie Revorêdo

Cenografia e figurino – Victor Lima

Produção Local - Hugo Dubeux

Produção Executiva – Danilo Carias | Criativo Soluções

Assessoria de comunicação - Dulce Araújo | Criativo Soluções

Realização - Meia-noite Produções

Incentivo - Funcultura, Fundarpe, Secretaria de Cultura do Estado de Pernambuco

Indicação Etária: Livre

Informações de Contato: Meia-noite Produções - producao.orunsantana@gmail.com


INGRESSOS:

Paysac: https://www.helloasso.com/associations/diferrance/evenements/balue-payzac-vendredi-04-juillet

 
 
 

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