Odù-ifá do ano é revelado em Ilê-Ifé: ciclo 2025/2026 será regido por Òtúrúpọ̀n Méjì com bênção de longevidade
- WR Express

- 23 de jun.
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Atualizado: 29 de jun.
Cerimônia aconteceu no berço da civilização iorubá, na Nigéria

✅ 19/06/2025 | 12:27
Berço espiritual do povo iorubá, a cidade de Ilê Ifé foi o destino de babalaôs de todo o mundo que se reuniram para participar da cerimônia de revelação do Odú Mundial de Ifá, um dos momentos mais importantes para os herdeiros da cultura ancestral e seguidores dos ensinamentos de matriz africana. Ao longo de toda a semana, rituais e peregrinações pelos templos da região, prepararam a revelação do odu-ifá que define as energias e orientações espirituais para o novo ciclo da humanidade segundo a tradição iorubá.
A cerimônia, realizada no Òkè Itàsè, onde, segundo os iorubás, Òrúnmìlà teria revelado os caminhos da sabedoria ancestral pela primeira vez, teve seu apogeu na madrugada do dia 07 de junho. Liderados pelo Arábà Àgbàyé Olú-Ìṣẹ̀ṣè, autoridade máxima mundial do culto de Òrìṣà, com a presença de Sua Majestade Imperial Ooni Adeyeye Enitan Ogunwusi, rei sagrado de Ifé, símbolo político e espiritual do povo iorubá, os sacerdotes assistiram à revelação do Odu-ifá que vai reger o mundo no ciclo 2025-2026: Òtúrúpọ̀n Méjì, um dos 16 principais do sistema de Ifá.
Sandro Fatorera Ifayemi, sacerdote brasileiro radicado no Rio de Janeiro, explica o significado deste odu-ifá, considerado extremamente positivo para a humanidade.
“Ele traz como mensagem central a necessidade de mudança profunda, enfrentamento da verdade e retificação de condutas. É um odù que alerta sobre os perigos da repetição de erros e da desordem espiritual e moral, convidando a humanidade à transformação consciente. Importante ressaltar que ele vem junto com iré àrikú, um sinal altamente positivo que significa bênção de longevidade e afastamento da morte prematura. Ou seja, apesar dos desafios, a força da vida, da proteção ancestral e da resistência está presente para aqueles que seguem os caminhos indicados por Ifá”, comenta o babalaô que detém o título de “Shókinlójú Alí Ayé Àgbáyé”, que significa “Aquele que é reverenciado diante dos olhos dos vivos em todo o mundo”. O título reconhece sua atuação internacional como referência na tradição iorubá e sua contribuição na preservação e expansão dessa sabedoria ancestral.
Sandro relata que, após a revelação do odu-ifá, o próximo passo é aguardar os caminhos a serem seguidos para que se orientem os ebós e orientações práticas para as comunidades que seguem as tradições, mantendo viva a cultura iorubá na África e em suas diásporas.
“Òtúrúpọ̀n Méjì nos convoca à responsabilidade e à transformação. É um ano para encarar as verdades e mudar o que precisa ser mudado, individual e coletivamente. O iré àrikú é uma benção que nos dá fôlego e força de vida, mas agora é necessário esperar com sabedoria os caminhos que Ifá ainda vai indicar, para que possamos construir um ano ainda melhor e mais justo para todos,” declarou o babalaô.








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