Por: Pai Ortiz Belo
23/02/2024 | 17:53
O ano 2024, da era cristã, contagem do tempo ao qual todos nós absorvemos e vivemos, muitas vezes sem pensar que estamos vivendo os anos de acordo com os princípios de Jesus. Como já citei em textos anteriores, Jesus Cristo veio trazer ensinamentos de paz, mesmo tendo os textos bíblicos maculados ao bel prazer, os ensinos são valiosos. O que a Umbanda tem de bom, é que, ela absorve tudo de bom e rejeita tudo que não é favorável a evolução. Não temos como estudar o presente sem entender algo sobre o passado, as bases, mesmo que ainda em teorias, são formas interpretativas de tudo que construímos dentro de nossos ritos espirituais. Todo entendimento, que é passado de um mais velho, vem de outro mais velho, e ou, vem de alguém que leu um texto e repassou o mesmo como verdade.
Mas como saber o que é bom mesmo? Vejo por mim, pela a história que vivi através dos meus mais velhos, que como filtros, repassaram para mim o melhor que eles puderam passar. Lógico que estamos em uma outra era, após o ano de 2000, a tecnologia tomou espaço, a internet e a propagação das coisas são absurdamente mais velozes. O que se diz agora, no mesmo momento o mundo está vendo. As inversões são enumeras, verdades se tornam mentiras e mentiras se tornam verdades. O falso se promove na internet, fica famoso, logo arrasta massas de outros que propagam esta essência. O verdadeiro por sua vez, dificilmente vai para o embate, por saber que está certo, logo deixa para o lado espiritual tomar conta. Ai que está o grande erro, “o silenciar dos bons”, como falou Martin Luther King Jr., o esbravejar dos maus, sussurra aos quatro cantos, sem que seja contido!
A luta constante feita por alguns poucos, que querem manter a raiz do que acredita agoniza diante da enxurrada de inversões! Lógico que estou aqui falando sobre o olhar da Umbanda, porém, isto se dá por todos os segmentos religiosos, todas as bases, de todas as religiões, nunca sofreram tanto. Indo mais além, a sociedade está doente, as famílias passam a ter e sofrer retrocessos relacionado a educação. O impacto espiritual existe, tudo tem sua contraparte espiritual, o mundo está doente, seja os seres que nele habitam, sejam os meios naturais que não estão se recompondo na mesma velocidade que ocorre a destruição!
Irmãos se fosse apenas a religião de Umbanda, seria algo para ter um olhar, porém, o mundo se encontra no mesmo caos, e nossa religião, feita por seres humanos também impactados, segue na mesmo ordem. As palavras, ética e moral, estão fora de questão por boa parte da nova geração, a geração dos anos 50, 60, 70, 80 e 90, seguram com unhas e dentes a tradição! Hoje a novidade é a internet, as facilidades, a lei do mínimo esforço, o fast food comercializado como fé, vendido como mediunidade e fundamentando-se a cada dia por anuência da nova geração!
Dentro da doutrina ao qual pertenço, sigo com os mesmos preceitos dos meus mais velhos, de avô de santo e de mão de santo. Procuro colocar para os meus dirigentes espirituais, seguirem os preceitos sem que se contaminem com o que hoje se faz crescente e presente em tudo que se relaciona a Umbanda. O nosso desenvolvimento é tempo dentro do terreiro, é um dos maiores desafios, pois, o jovem de posse de conhecimento via google, pensa que já sabe tudo e que não precisa vivenciar dentro do terreiro. Eu particularmente culpo sim uma tal vertente que hoje forma aos montes os chamados “Sacerdotes”! Em passo que tive a missão em fundamentar médiuns para a tarefa como dirigentes, que em vinte e sete anos creio que não chega a cinquenta, dentro do sistema criado em internet são quinhentos por vez. O dinheiro tomou conta de tudo, pessoas ficaram ricos, assim como os pastores protestantes, que com sua fala mansa falaram, não precisa de terreiro. Fundamentos de camarinha? Estes novos enganados e que se tornarão enganadores, jamais saberão do que se trata, dá trabalho para quem quer eliminar fases, desrespeitar a hierarquia, coisa que é inexistente.
A criação da Carta Magna da Umbanda, é um dos mecanismos de defesa do que acreditamos, porém, muitas vezes nos esbarramos em federações, que como, não podem usufruir para tirar proveito, logo não estão interessados. Documento que graças ao empenho de irmãos da Umbanda, hoje se encontra em Universidades como material de estudo como material cientifico. Olha como a religião é gigante, como alguns pontos estão tão soltos, falta comprometimento, falta empenho e respeito pelo sagrado. Lógico que estou colocando a conta sim nesta nova geração, aqui eu e os meus estamos fazendo a nossa parte, assim como veículos de comunicação como o AxéNews, que com toda a responsabilidade faz sua parte e bem feita!
Que possamos lutar, deixar boas sementes, só assim poderemos ver melhoras em um futuro que, embora nublado, possa se clarear, que o Mundo melhore e os descendentes possam fazer o melhor!
Pai Ortiz Belo
Escritor umbandista e espiritualista. Dirigente espiritual do Templo Portais de Umbanda desde 1997. Nasceu em berço religioso de Umbanda, consagrado pai pequeno aos 19 anos e dirigente aos 26. Filho de pai Xangô e mãe Oxum, sempre procurou fazer pela religião desde jovem, participando de momentos valiosos para a Umbanda. [+ informações do Pai Ortiz Belo]
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