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Maternidade: A força sagrada da criação no Candomblé

  • Foto do escritor: WR Express
    WR Express
  • há 1 dia
  • 3 min de leitura

Por: Cibele Martins

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✅ 24/10/2025 | 06:20


A maternidade no Candomblé é uma experiência sagrada que se entrelaça com a espiritualidade e a ancestralidade, refletindo a relação profunda entre as mães e as Orixás femininas. Essas divindades não são apenas figuras mitológicas; elas representam aspectos essenciais da vida feminina, da natureza e da criação, oferecendo um rico simbolismo que guia as mulheres em sua jornada materna.


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Iansã, também conhecida como Oyá, é a Orixá dos ventos e das tempestades. Sua energia vibrante simboliza a força e a coragem da mulher-mãe que enfrenta adversidades com bravura. Iansã é vista como uma protetora feroz, aquela que não hesita em lutar para defender seus filhos. Ela ensina que a maternidade pode ser uma batalha, mas também uma celebração de força e determinação. As mães que se conectam com Iansã muitas vezes encontram inspiração para serem guerreiras em suas próprias vidas, enfrentando desafios diários com resiliência e paixão.


Oxum, a deusa do amor, da beleza e das águas doces, representa a maternidade acolhedora e amorosa. Sua essência está ligada à fertilidade, à abundância e à nutrição emocional. As mães que se identificam com Oxum trazem para suas famílias um ambiente de carinho e afeto, cultivando relações saudáveis e harmoniosas. Oxum ensina que o amor é uma força poderosa que pode moldar vidas. Ela inspira as mães a expressarem seus sentimentos abertamente, criando laços profundos com seus filhos e transmitindo valores de empatia e compaixão além do amor próprio que nos ensina sobre auto valorização e o empoderamento.


Nanã, associada à sabedoria ancestral, à terra e à fertilidade espiritual, representa a maternidade sábia e reflexiva. Ela é vista como a matriarca que carrega em si toda a experiência das gerações passadas. Nanã ensina às mães a importância do legado familiar, da transmissão de conhecimentos e das tradições culturais. As mães inspiradas por Nanã buscam não apenas criar seus filhos, mas também educá-los sobre suas raízes, ajudando-os a compreender seu lugar no mundo e o valor de suas histórias.


Obá, por sua vez, personifica a dedicação intensa e o amor incondicional. Esta Orixá é conhecida por sua força emocional e por sua capacidade de sacrificar-se pelo bem-estar de sua família. Obá representa a luta diária das mães que se entregam completamente à criação dos filhos, mostrando que o amor maternal é uma força transformadora. Ela inspira as mulheres a reconhecerem seu poder interior, mostrando que o ato de cuidar é uma das mais nobres expressões de amor.


Além dessas Orixás, outras figuras femininas no panteão do Candomblé também desempenham papéis significativos na vida das mães. Cada Orixá traz consigo um conjunto único de ensinamentos que enriquecem a experiência materna, ajudando as mulheres a navegarem pelos desafios da maternidade com graça e dignidade.


A relação entre mães e Orixás femininas no Candomblé vai além do simbolismo; ela se manifesta em práticas diárias, rituais e devoções. Muitas mulheres realizam oferendas, cantos e danças em homenagem às suas Orixás protetoras, buscando proteção e orientação espiritual na criação dos filhos. Essa conexão espiritual fortalece os laços familiares e promove um senso de comunidade entre as mulheres que compartilham essas experiências.


Em suma, a maternidade no Candomblé é uma jornada rica em significado espiritual. As Orixás femininas oferecem modelos diversos de maternidade — desde a guerreira até a cuidadora — permitindo que cada mulher encontre sua própria expressão dessa experiência sagrada. Através dessa conexão com o divino feminino, as mães são capazes de cultivar amor, sabedoria e força em suas famílias, perpetuando um legado de fé e resistência através das gerações.




Cibele Martins - AxéNews

Cibele Martins

Iniciei minha jornada no culto tradicional de candomblé para Oyá, pela nação do Efon, em 2014. Filha do respeitado líder religioso Babalorixa Sr. Michel de Odé e  pertencente à hierarquia do Asé Egbe Efon Odé Bilori, localizado no distrito de Terra Preta – Mairiporã/SP. Asé reconhecido e interligado diretamente ao tradicional Ilé Ògún Anaweji Ìgbele Ni Oman, também conhecido como Àse Pantanal, localizado em Duque de Caxias-RJ, sob a diligência religiosa da sacerdotiza Sra. Iya Maria de Xango, a Matriarca da Nação de Efon.   [+ informações de Cibele Martins]



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Artigo de Opinião: texto em que o(a) autor(a) apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretações de fatos, dados e vivências. ** Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do AxéNews.



 
 
 

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