top of page

Aiyédùn – A vida é doce para se viver

  • Foto do escritor: WR Express
    WR Express
  • há 5 dias
  • 3 min de leitura

Por: Mãe Kátia


ree

02/09/2025 | 18:10


Setembro é o mês das crianças sagradas.É tempo de celebrar Ìbejì, agradar nosso ẹgbẹ́ ọ̀run e recordar que nunca estamos sozinhos. Essas forças divinas simbolizam a inocência, a alegria, a vitalidade, a união e a comunidade.


No Brasil, essa festa foi sincretizada com São Cosme e Damião em tempos passados, tornando-se uma das celebrações mais tradicionais tanto no Candomblé quanto na Umbanda. Mas você já se perguntou o que realmente significa essa celebração?


ree

Mais do que a distribuição de doces, trata-se de uma oferenda coletiva, em que cada pessoa tem a oportunidade de colocar sua energia. Cada bala, cada brinquedo, cada gesto de partilha carrega o àṣẹ mais poderoso: o da generosidade. E é essa força que fortalece o nosso ẹgbẹ́ ọ̀run, essa sociedade espiritual que caminha ao nosso lado desde o primeiro instante da vida.


Quando um terreiro se movimenta para esta festa, ele não está apenas cumprindo um preceito: está nutrindo o vínculo entre o ayé (mundo material) e o òrun (mundo espiritual). Oferendar Ìbejì é garantir que a alegria continue pulsando, que a esperança não se perca e que a doçura vença a amargura dos dias.


Por isso, setembro é sempre marcado por um movimento coletivo: os terreiros se unem em doações, organizam os rituais, preparam as comidas sagradas e distribuem doces, principalmente às crianças que mais sentem a escassez. A espiritualidade se entrelaça ao gesto humano de solidariedade e, juntos, celebramos a força mais pura do axé: a pureza infantil.


Celebrar Ìbejì é celebrar a vida que se renova. É reconhecer no ẹgbẹ́ ọ̀run a lembrança constante de que não caminhamos sós. É pedir que nossas casas sejam guardadas pela risada das crianças, pela leveza da inocência e pela força da esperança.


Cada doce doado é mais que um costume: é um ato de fé. É a chance de dizer: “eu também sou parte desse àṣẹ.” Ao entregar um doce consagrado, você entrega esperança. Ao partilhar, você alimenta não apenas o corpo, mas também o espírito de quem recebe. E tudo o que se oferece com fé retorna multiplicado, porque Ìbejì não retém nada — Ìbejì espalha, reparte, multiplica.


Doar para Ìbejì é também doar para si mesmo. É abrir caminhos de leveza, semear alegria nos dias pesados, acreditar que a doçura pode transformar realidades. É viver a certeza de que a fé cresce na coletividade.


Que neste setembro cada doce entregue seja também uma prece.

Que cada sorriso de criança ecoe como um canto no òrun.

Que cada gesto de partilha seja semente de vida, de futuro e de esperança.


Àṣẹ às crianças espirituais!

Àṣẹ Ìbejì!

Muso ẹgbẹ́ ọ̀run!

Àṣẹ Cosme e Damião!



Mãe Kátia - AxéNews

Mãe Kátia

Mãe Kátia é sacerdotisa dirigente do Templo Luz do Amor Divino, Ìyálórìṣà coroada na Umbanda e iniciada nos cultos afro-brasileiro e tradicional Yorubá. Além de ser a fundadora do Projeto Social Mensageiros do Amor, que já atendeu mais de 300 famílias proporcionando a melhoria da qualidade de vida em suas comunidades e levando dignidade, respeito e humanidade, a Ìyálórìṣá tem um grande histórico acadêmico: possui formação em psicanálise com ênfase na ciência da religião e nas relações do homem com o universo consciente e inconsciente e graduação em metafísica da saúde, cromosofia, cromologia e em cromoterapia. [+ informações de Mãe Kátia]


Redes Sociais do Mãe Kátia



Artigo de Opinião: texto em que o(a) autor(a) apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretações de fatos, dados e vivências. ** Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do AxéNews.


 
 
 

Comentários


bottom of page