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Agosto Lilás: transformar a dor em esperança

  • Foto do escritor: WR Express
    WR Express
  • há 2 dias
  • 2 min de leitura

Por: Mãe Manu da Oxum


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30/08/2025 | 13:29


Falar sobre a violência contra a mulher nunca é apenas um exercício de escrita. Para mim, é também falar da minha própria vida. Sou fruto de violências. Ainda muito nova, precisei enfrentar dores que não escolhi viver, e como mãe solo tive que transformar cada cicatriz em motivo de luta, cada lágrima em aprendizado, cada silêncio em força. É desse lugar que falo: de quem viveu na pele as sombras da violência e que, mesmo assim, escolheu todos os dias plantar esperança.


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A violência contra a mulher não fere apenas um corpo. Ela rasga a alma, destrói sonhos, desestrutura famílias inteiras e deixa crianças órfãs de afeto e proteção. Cada ato de violência é um crime coletivo, porque atinge não só a mulher, mas também seus filhos, suas redes de apoio e toda a comunidade.


Mas eu sou prova de que é possível vencer as sombras diariamente. E essa vitória começa na fé. Fé em si mesma, fé no Axé, fé no recomeço. É a fé que abre caminhos para que a dor se transforme em coragem e para que o trauma se converta em força de vida.


No Instituto Axé Mulher, trago comigo esse aprendizado: a cura precisa ser integral. Por isso, usamos práticas que unem espiritualidade, cuidado e autonomia. O escalda-pés, que relaxa o corpo e acalma a mente. As terapias complementares, que ajudam a reorganizar as emoções. Os trabalhos manuais, que devolvem à mulher a alegria de criar. O empreendedorismo, que abre portas reais para a independência financeira e rompe com o ciclo de dependência que tantas vezes sustenta a violência.


Esses caminhos não apagam a dor, mas ensinam que é possível florescer apesar dela. E é isso que o Agosto Lilás nos lembra: que não podemos naturalizar a violência, que precisamos olhar para as mulheres e crianças feridas não apenas como vítimas, mas como sobreviventes e protagonistas de novas histórias.


Eu sigo assim, todos os dias, provando a mim mesma e às mulheres que me cercam que podemos vencer nossas sombras, que podemos transformar dor em esperança e que podemos, sim, reescrever nossos destinos.


O Agosto Lilás é mais do que uma campanha: é um chamado à vida, à fé, ao Axé e à coragem de não desistir.




Mãe Manu - AxéNews

Mãe Manu

Mãe Manu da Oxum é Bisneta de Pai Nelson que morava no Bairro Boa Esperança e trabalhava com Preto Velho Pai Tomé. Neta espiritual de Mãe Ivonete do Ogum (desencarnada), nordestina, trabalhava nos fundos de sua casa e era costureira. Seus Guias chefes eram o Velho Rei do Congo, Caboclo 7 Flexas, Cigana Carmencita e Cigano Wladimir. [+ informações de Mãe Manu]


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