A importância de contribuir com a mensalidade do Terreiro
- WR Express
- 23 de mai.
- 3 min de leitura
Por: Filipi Brasil

23/05/2025 | 15:57
O terreiro, independentemente de seu médium fundador, é um espaço voltado ao coletivo e precisa do apoio de todos para se manter vivo. Manter a obra espiritual perene, exige esforço diário: não basta apenas a condução do trabalho mediúnico — é preciso também organizar pessoas, estabelecer disciplina, prestar contas e cuidar da manutenção do espaço físico. Por isso, a mensalidade dos filhos de santo não é um “pagamento por bênçãos”, mas uma forma mais justa de dividirmos as despesas de água, luz, limpeza, materiais de rito e melhorias do templo.
Muitos adeptos acabam atribuindo, exclusivamente ao sacerdote, a responsabilidade financeira e estruturam-se crenças como “isso é papel dele”. No entanto, quando o terreiro se estabelece como associação sem fins lucrativos, torna-se natural que seus associados arquem com os custos. Em 2024, por exemplo, a contribuição mensal permitiu reformar o altar e adquirir 200 velas novas para as giras, conforme conta a tesoureira Dona Maria. Sem esse recurso, teríamos cancelado diversas sessões.
Além da mensalidade fixa, o grupo pode organizar rifas, bingos, almoços, bazares ou até uma pequena cantina para levantar fundos extras. Essas iniciativas não substituem a contribuição regular, mas ajudam a criar laços de cooperação e senso de pertencimento, pois todos veem na prática coletiva a força do axé. Devemos lembrar que os guias espirituais, quando se manifestam, não materializam dinheiro, pois, à espiritualidade, cabe o trabalho espiritual e, à responsabilidade com as obrigações legais, cabe aos adeptos do terreiro.
É fundamental que quem frequente uma casa leia e aceite suas regras antes de ingressar — sejam elas sobre valores, formas de pagamento ou datas de vencimento. Não adianta reclamar da taxa e, ao mesmo tempo, gastar em baladas, viagens ou compras. Todos merecem lazer, mas não podemos deixar de honrar o compromisso que assumimos: “não se paga a luz com desculpas”.
Se você enfrenta dificuldade financeira, converse com seu dirigente ou com o tesoureiro. Explique sua situação, proponha alternativas (voluntariar-se para evitar custos, ajuda nos preparativos de festa, divulgação nas redes) e faça a sua parte. A saúde financeira do terreiro é vital: já vimos muitas casas fecharem por falta de recursos e isso acaba fragilizando toda a comunidade.
Em resumo, pagar a mensalidade é:
1. Garantir celebrações regulares e materiais de qualidade;
2. Fortalecer o senso de união e corresponsabilidade;
3. Manter a casa de santo aberta para todos.
Reflita sobre sua relação com o terreiro e assuma seu papel na construção coletiva do axé. Compartilhe este texto e marque seus irmãos de fé para que juntos possamos cuidar e preservar nossa casa de santo.

Filipi Brasil
Filipi Brasil é médium, escritor e estudioso da seara umbandista há mais de 25 anos. Sacerdote do Templo Espiritualista Aruanda, Filipi é também psicólogo, Mestre em Psicologia, especialista em Psicologia Transpessoal, além de ter MBA em Gestão pela Qualidade Total, em Educação Corporativa, e em Gestão de RH. Terapeuta Holístico, Filipi também tem formação em Coach, é consultor de RH e de Desenvolvimento Humano. Autor dos Livros Sob o Céu de Aruanda, Zé do Laço e Mariazinha, Filipi é também co-autor do livro As Cartas Ciganas e os Orixás.
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Artigo de Opinião: texto em que o(a) autor(a) apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretações de fatos, dados e vivências. ** Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do AxéNews. |
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