A arte de escrever e eternizar Histórias
- WR Express

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Por: Vodúngán Kelly de Oyá

✅28/11/2025 | 17:47
Hoje vou contar para vocês uma pouco da minha História como escritora, e para servir de incentivo a novos autores, sim, isso mesmo novos autores pois todos somos capazes, basta querer.
Sou uma sacerdotisa de candomblé, dirigente do àse Xwé Réwà Sojú losún, localizado no bairro de Bangú, no Rio de Janeiro. Sempre vivi intensamente o sacerdócio, dividindo meu tempo entre o sacerdócio, projetos voltados para a religião e a família, até que os livros surgiram em minha vida. Sempre gostei de ler principalmente sobre a religião na qual se exige muito estudo e dedicação, mas nunca havia pensado em ser escritora, até que surge o convite para o meu primeiro livro no qual eu contaria a minha história como sacerdotisa, a História da confraria oloyás no qual sou fundadora e presidente, e sobre Oyá, o orisá na qual sou iniciada.
Logo pensei que ideia maravilhosa, contar sobre o que faço de melhor e estar nas páginas de um livro, em seguida pensei, será que consigo, não posso fazer feio perante aos leitores, como vou fazer?
Então foi aí que aceitei, e me organizei para isso em cima das minhas idéias, de meus conhecimentos e experiências religiosas. Como queria passar essas informações? Então decidi como, organizei tudo em meus pensamentos e coloquei no papel, sim, no papel, meu primeiro livro, pasmem, escrevi no papel, aconselho hoje vocês a escreverem no computador.
Tirei fotos, coloquei figuras, a criatividade foi surgindo e o livro foi ganhando forma e cores. Como os livros que escrevo tem a participação de coautores, vi nisso a oportunidade de junto comigo levar outros representantes, sacerdotes e sacerdotisas da religião a se inspirarem, e também contarem suas histórias e experiências de acordo com o tema de cada livro, e assim participarem também, e terem suas histórias e relatos eternizados nas páginas de um livro.
Percebi também que escrever e estar num livro contando e explicando sobre a religião em uma linguagem popular onde todos que lessem entendessem sobre o que estavam lendo, era uma forma de combater a ignorância, pois acredito que o conhecimento gera o combate à ignorância e ao preconceito religioso. São dias, meses e até anos de dedicação a escrita, na elaboração até a impressão de um livro. Momentos de reflexão, momentos só, porque escrever é solitário, são momentos únicos que fazem você se dedicar às suas ideias e pensamentos, e assim coloca-los no papel, ou melhor, no computador. As idéias, a vontade e a inspiração não vêm todos os dias, é necessário saber o momento certo, e escutar seus pensamentos e seu coração. Mas, acredite, vale a pena quando você vê o livro impresso e lançado, suas ideias ali escrito seja você um autor ou coautor, é gratificante, e faz tudo valer a pena. É ver um sonho, e ver pequenos pensamentos que se tornam em frases, em linhas, em páginas a serem realizados e servir de inspiração para que outras pessoas também possam fazer o mesmo.
Ter essas portas abertas e contribuir com nossa religião e nosso povo de àse é sublime, que venham mais livros e mais autores. Hoje tenho 4 livros lançados e publicados como autora e coordenadora, mais um de coautoria e outros que já estão em andamento para serem lançados e publicados. A escrita vale a pena, você pode, você consegue. Inspire e expire ideias, escute a voz de sua cabeça e de seu coração.

Vodúngán Kelly de Oyá
Sacerdotisa de candomblé , dirigente do Àse Xwé Réwà S'ojú L'osún, fundado em 04/12/1993, localizado no bairro de Bangú, Rio de Janeiro. Escritora com 2 livros publicados: 'Oloyá's Do amor por Oyá à confraria' e 'As Guardiãs Histórias de pombogiras' [+ informações de Vodúngán Kelly de Oyá]
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