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Àgbàrá Obìnrin - Força e Poder da Mulher

Por: Deny Moura


Foto: Jorge Farias | Secult-PE

26/05/2024 | 18:45


Yalode (aquela que fala por nós)

IYÁLODÈ ÓSÚN

Osun foi a primeira esposa de Orunmilá.

Na África, Ósun é a divindade de um rio na Nigéria, que recebe o mesmo nome em Ijexá e Ijebu. Chamada também de Iyálódè, título conferido à pessoa que ocupa o lugar mais importante entre todas as mulheres da cidade.

Rainha de todos os rios, com poderes sobre a água doce, sem a qual a vida na terra seria impossível. As mulheres que desejam ter filhos dirigem-se à Osún, pois ela controla a fecundidade, graças aos laços mantidos com Iyámi-Àjé (Grande Mãe Feiticeira).



A tradição oral e algumas lendas sobre OXUM:

“Quando todos os orixás chegaram a terra, organizaram reuniões onde mulheres não eram admitidas. Oxum ficou aborrecida por ser posta de lado e não poder participar de todas as deliberações. Usando seus poderes, tornou as mulheres estéreis impedindo que as atividades desenvolvidas pelos orixás tivéssem resultados favoráveis. Desesperados os orixás dirigiram-se ao Deus supremo, Olodumaré, já que na terra nada dava certo, apesar das decisões que tomavam em suas assembléias. Olodumaré explicou-lhes então que, sem a presença de Òsun e do seu poder sobre a fecundidade, nenhum de seus empreendimentos poderia ter êxito. Òsun só aceitou o convite dos orixás depois de muito lhe rogarem. Em seguida, as mulheres tornaram-se férteis novamente e todos os projetos obtiveram felizes resultados”


Bosque Sagrado de Osun Osogbo

O Bosque Sagrado de Osun Osogbo é o local da última procissão durante o festival anual de Osun-Osogbo. O Bosque fica dentro de uma floresta chamada Igbodun que abriga o Rio Osun e os santuários de diferentes Baba lawo, divindades e divindades. O bosque também abriga o santuário onde são feitos os sacrifícios à deusa do rio Osun. Em 2005, o Bosque Sagrado de Osun Osogbo foi nomeado Patrimônio Mundial da UNESCO. Em 1965 parte do arvoredo foi declarada monumento nacional, este foi ampliado em 1992 para que toda a área fosse protegida. Susan Wenger (1915–2009), uma artista austríaca liderou a defesa da preservação do bosque. Quando Susan chegou a Osogbo e descobriu o assentamento, trabalhou com moradores locais e Oriki para interpretar as inspirações que obteve ao passar um tempo dentro da floresta Igbodun. Susan morreu em 2009 e foi enterrada no bosque.


Dentro da floresta existem vários pequenos santuários construídos para vários sacerdotes principais. O Bosque Sagrado de Osun Osogbo é dedicado a Oxum, a deusa iorubá da fertilidade. Na estrada que leva ao bosque e na entrada do bosque há desejos de cimento feitos por artistas e cada imagem retrata uma história antiga sobre guerra, vida, casamento, família e ancestralidade. Dentro do bosque está o portão para o rio Oxum e uma ponte que liga o bosque ao resto da comunidade. Ao cruzar a ponte, parece que há uma força de arrasto e puxão abaixo de você. A água que flui para o rio Osun viaja de Eghede, no estado de Ekiti, mas encontrou descanso e amor no estado de Osun. O caçador chamado Olutimehin encontrou a Deusa e se estabeleceu nesta parte do estado de Osun.


Aquela que fala por nós, não em vida.

Osun é assim e suas filhas levam no peito e no Ori a necessidade de falar por muitas, de reivindicar nossos direitos e nos fazer RESPEITADAS, seja em qualquer setor.

O poder da mulher supera a força bruta, supera a intensidade masculina, pois Osun nos ensina que somos amor, porém muito estrategista, temos o exemplo numa de suas passagens( Itãn) onde Osun vence um exército sem ter que usar uma só arma.

A grande mulher que diz:

Esteja bem para levar o bem e fazer o bem.Cuidar primeiro de Si é sinal de que irá poder dar o melhor de si para os seus.

E hoje falar sobre esse ancestral é mostrar de uma forma potente e respeitosa como a nossa fé e nossas ancestrais são importantes no nosso cotidiano.

A força da Mulher!

A resistência feminina!

O empoderamento de hoje vem de muitas, mas que teve início nesse ancestral que representa o poder feminino, mostrando, fertilidade,vaidade,sensibilidade, amor e amor próprio, mas sem perder a força de uma amazona, somos todas guerreiras.


OSUN Yeye ooo

E hoje temos representante do Osun Festival de África.

Nosso 1° Olosun do Brasil Babalorisa Babalawo Elias Garcia, que faz desse festival a propagação dessa Yaba que não é frágil, mas usa doçura para encantar uma grande mãe, que nos remete tudo, poder e força feminina sem sair do seu papel feminino, inteligência, astúcia e grande estrategista.

Tudo isso sem perder o encanto, a fragilidade e o amor.

Tendo claro, em primeiro lugar, o amor próprio, para nos ensinar que precisamos estar bem para multiplicar o bem.


Asé

Hoje temos o Festival de Osun na sua 11° EDIÇÃO, que a cada ano nos ensina que a água nos une, a água nos alimenta e água nos acalma. A água nos renova com vida todos os dias.


Omi ooo

Olosun, a primeira-dama da sociedade, aquela que fala por muitas ou por muitos e porque não dizer por nós, e assim são os filhos e filhas dessa mãe que são grandes potências e faz ecoar e respeitar a voz de muitos.


A Sra Yalode

E com respeito e admiração cito algumas mulheres Yalodes filha da senhora das águas doces.

Mãe Menininha do Gantois, uma senhora a frente do seu tempo de Osun.

Mãe Nana (Meninazinha de Osun) com ela descobri como é importante pensar na sua comunidade e a do entorno, através do empreendedorismo, acolhimento do afeto, Ilê Omolu Osun, pioneiro nas ações que une terreiro e sua comunidade.

Essa foi a casa através dessa matriarca que me achei.

Ela disse: — Você é de Osun!

Assim tudo começou.

Mae Márcia de Osun (SG) uma grande Iyalorisa e multiplicadora de ações e informações necessárias para sua comunidade.

Iya Lúcia de Osun através de projetos e da Renafro cuida e acolhe mulheres, e as empodera através da fé, cultura e literatura.

Ìyá Margareth de Oṣùn, que leva para seu Asé o acolhimento e história de nossa fé. Dela recebi o apelido de Abelhinha.

Ser de Osun é falar por muitos, é brigar por todos e buscar os filhos para cuidar sem deixar de olhar para si.

Temos que estar bem para acolher.

Osun diz "Se cuidar, para poder cuidar"

"Se amar, para poder dar amor"


A força e o Poder das águas estão sempre presente nas grandes mães( Yalodes).

Aquela(as) que guarda no ventre o poder do início( Procriação), a multiplicação do mundo.

São elas o silêncio e o segredo. Carregar o segredo da vida através da água.

Força e Poder!!

Mulher...

Àgbàrá Òbínrim..

Mo júbà

Àwrẹ



Deny Moura - AxéNews

Deny Moura

Produtora Cultural, Dançarina /Coreógrafa, Designer de Moda, Pesquisadora e Instrutora de Dança Afro, contemporânea e de Cultura Popular. Idealizadora do “Dança dos Tambores”, Projeto “Empoderar para não Dançar”....  [+ informações de Deny Moura]



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