Por: Mãe Manu da Oxum
23/10/2024 | 19:50
No mês de outubro, quando nos unimos para a campanha do Outubro Rosa, é importante pensarmos na saúde da mulher também através das tradições afro-brasileiras. Nessas práticas espirituais, como as da Umbanda, do Candomblé e do xamanismo, Ifá, e em tantos outros cultos, o sagrado feminino é valorizado, reconhecendo a importância do útero e das trompas como estruturas sagradas que merecem atenção especial.
As casas de santo são verdadeiros refúgios de acolhimento e apoio, onde muitas mulheres encontram força e suporte diante de diagnósticos difíceis. Esses espaços de cura vão além do corpo físico, mesclando a fé, a espiritualidade e a medicina tradicional.
As benzedeiras, com toda sua sabedoria ancestral, realizam benzeduras, atos de fé que promovem cura e alívio. Além disso, rituais como cirurgias espirituais, passes e trabalhos energéticos se juntam ao uso de ervas medicinais, formando uma rede de cuidados que transcende a medicina convencional.
Ervas como alfavaca, aroeira, camomila, melissa e orégano, facilmente adquiridas nos mercados, são recursos valiosos que as mulheres podem incluir em seu autocuidado. Banhos de assento, sabonetes artesanais e outras preparações com essas ervas não só cuidam do corpo físico, mas também promovem bem-estar emocional e espiritual. Cada ritual é uma forma de se conectar com a ancestralidade, e as oferendas feitas são gestos de gratidão e pedidos de proteção e cura.
É importante que todas as mulheres, especialmente as de matrizes africanas e comunidades tradicionais, também mantenham seus exames e consultas médicas em dia. O cuidado com a saúde é um valor compartilhado tanto pela medicina tradicional quanto pela espiritual.
O axé mulher que vibra dentro de cada uma é um legado que atravessa gerações, nos ensinando a cuidar do corpo, da mente e do espírito. Celebrar essas práticas conectadas à nossa cultura não só promove a saúde, mas também fortalece nossa identidade.
Neste Outubro Rosa, convido todas as mulheres a explorarem esse universo rico de práticas integrativas e se conectarem com suas raízes. Lembramos que tanto a medicina convencional quanto a espiritual podem caminhar lado a lado em nossa jornada de autocuidado, sempre refletindo a sabedoria profunda de nossas tradições afro-brasileiras.
É importante entender que os exames médicos não devem deixar de ser feitos. Não ignorem esse cuidado, concretizem-no e amem-se.
Mãe Manu
Mãe Manu da Oxum é Bisneta de Pai Nelson que morava no Bairro Boa Esperança e trabalhava com Preto Velho Pai Tomé. Neta espiritual de Mãe Ivonete do Ogum (desencarnada), nordestina, trabalhava nos fundos de sua casa e era costureira. Seus Guias chefes eram o Velho Rei do Congo, Caboclo 7 Flexas, Cigana Carmencita e Cigano Wladimir. [+ informações de Mãe Manu]
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