top of page

AxéNews publica Editorial sobre o caso envolvendo Tainá Santos da Paz, "E agora, Hospital Universitário Gaffrée e Guinle?"

  • Foto do escritor: WR Express
    WR Express
  • 23 de abr.
  • 2 min de leitura

Atualizado: 10 de mai.

O espaço segue aberto para a resposta oficial do hospital

ree

✅ 23/04/2025 | 12:11


No país da diversidade religiosa, onde a Constituição garante a liberdade de crença e onde o Estado se declara laico, ainda somos obrigados a nos deparar com cenas de intolerância e racismo religioso.


A denúncia feita por Tainá Santos da Paz, filha de Oxumarê, internada no Hospital Universitário Gaffrée e Guinle ( @hugg.unirio ) para tratamento contra o câncer, é um daqueles episódios que ferem a alma. Segundo amplamente noticiado, Tainá teve seus fios de conta — sagrados para qualquer pessoa de fé de matriz africana — jogados no lixo enquanto tomava banho. Um ato frio, desrespeitoso e, acima de tudo, racista.


Nos causa dor, nos revolta e, mais do que isso, acende em nós uma chama ainda mais forte por justiça. Como aceitar que, em pleno 2025, símbolos sagrados continuem sendo tratados como lixo? Como aceitar que uma mulher em tratamento oncológico tenha sua espiritualidade violentada dentro de um espaço público, universitário, laico?


Neste dia de Ogum, o Orixá da justiça e do caminho, pedimos que ele esteja ao lado de Tainá, renovando suas forças, amparando seu corpo e seu espírito. E garantimos: não deixaremos isso passar despercebido. Do lado de fora do hospital, estamos em luta. Por ela. Por todos nós. As comunidades de terreiro não merecem mais carregar o peso do preconceito histórico. Não podemos e não vamos mais aceitar que nossa fé seja desrespeitada, apagada, violentada. Somos parte da história deste país. Somos resistência. E se tocaram em uma, tocaram em todos nós.


A direção do Hospital Universitário Gaffrée e Guinle precisa, no mínimo, se pronunciar publicamente. Queremos que o hospital acompanhe este caso com todo o vigor que ele exige — e queremos respostas contundentes diante de um ato tão lamentável.


Tentamos contato com o hospital via telefone, mas não conseguimos falar com algum funcionário. Deixamos recados e seguimos aguardando o retorno da instituição. O espaço segue aberto para a resposta oficial do hospital. Que ela venha, não como formalidade, mas como parte de um compromisso real com o respeito à diversidade religiosa e aos direitos humanos.


 
 
 

Comments


bottom of page