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A expansão da Umbanda no Brasil

  • Foto do escritor: WR Express
    WR Express
  • 16 de abr.
  • 2 min de leitura

Por: Filipi Brasil

Foto: Templo Espiritualista Aruanda
Foto: Templo Espiritualista Aruanda

16/04/2025 | 23:30


A Umbanda, religião genuinamente brasileira, reflete a pluralidade cultural do nosso país desde o início do século XX. Nascida sob a orientação do Caboclo das Sete Encruzilhadas, ela sintetiza influências do catolicismo, do espiritismo, das tradições africanas e indígenas, acomodando-se ao regionalismo e às múltiplas faces do nosso povo.


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Nos primeiros anos, a Umbanda floresceu num Brasil em modernização, oferecendo práticas espirituais capazes de falar a “todos os corações”, sem distinção social ou intelectual. Seus médiuns incorporam ancestrais e guias, mantendo viva a tradição ancestral já presente entre indígenas, negros e colonizadores europeus, mas organizando-a em doutrina própria.


Apesar das perseguições iniciais e da precariedade de recursos, a Umbanda ganhou visibilidade em rádio e TV — notadamente com mães-de-santo como Cacilda e manifestações populares ilustradas em canções de Martinho da Vila e Clara Nunes. Essa efervescência promoveu a popularização da Umbanda e consolidou seu papel como espaço de pertencimento e resistência.


Internamente, cresceram diversas vertentes, cada terreiro definindo ritos sob a liderança de suas entidades-chefes. Nomes como Tata Tancredo, Matta e Silva e Benjamim Figueiredo contribuíram para o fortalecimento doutrinário e ritualístico, incrementando a riqueza simbólica e ritual.


Na virada da década de 1980, porém, a Umbanda sofreu queda de público em razão da ascensão do neopentecostalismo e da falta de esclarecimentos das práticas de terreiro, que fragilizaram o vínculo de muitos praticantes. Somente nos anos 1990, com obras de autores umbandistas, recuperou-se o diálogo com adeptos e respondeu-se a questionamentos que permaneciam em aberto.


Os anos 2000 trouxeram novo impulso: a internet e as redes sociais (Orkut, RBU – Rede Brasileira de Umbanda) facilitaram a troca de saberes e a difusão de ritos. A partir de 2010, YouTube, Instagram e TikTok potencializaram essa difusão — com prós e contras. Por um lado, proliferaram sacerdotes autoproclamados sem experiência real; por outro, ampliou-se o acesso a práticas legítimas de norte a sul do país.


Hoje, a Umbanda, ainda jovem, continua em expansão. Seu futuro depende não apenas da presença online, mas sobretudo da preservação dos valores ensinados pelos guias espirituais: a transformação pessoal e a construção de um mundo mais justo e respeitoso para todos.



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Filipi Brasil

Filipi Brasil é médium, escritor e estudioso da seara umbandista há mais de 25 anos. Sacerdote do Templo Espiritualista Aruanda, Filipi é também psicólogo, Mestre em Psicologia, especialista em Psicologia Transpessoal, além de ter MBA em Gestão pela Qualidade Total, em Educação Corporativa, e em Gestão de RH. Terapeuta Holístico, Filipi também tem formação em Coach, é consultor de RH e de Desenvolvimento Humano. Autor dos Livros Sob o Céu de Aruanda, Zé do Laço e Mariazinha, Filipi é também co-autor do livro As Cartas Ciganas e os Orixás.


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Artigo de Opinião: texto em que o(a) autor(a) apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretações de fatos, dados e vivências. ** Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do AxéNews.


 
 
 

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