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4 realidades da Umbanda além das fronteiras

  • Foto do escritor: WR Express
    WR Express
  • 25 de out.
  • 4 min de leitura

Por: Pai Marcos

Foto: TUEG UK
Foto: TUEG UK

✅ 25/10/2025 | 05:09


No meu último artigo, falei sobre os desafios de manter viva a Umbanda aqui na Inglaterra, e muitas pessoas entraram em contato para compartilhar curiosidades, dúvidas e histórias. Algumas perguntaram como realizamos as giras, as oferendas e os trabalhos espirituais em um país com clima, leis e cultura tão diferentes do Brasil. Pensando nisso, quero contar um pouco mais sobre o que é praticar nossa religião em solo estrangeiro. Aqui vão quatro realidades que talvez você nunca tenha imaginado sobre viver o axé fora do país.


1. Cada oferenda é um ato de fé e adaptação

Na Umbanda, as oferendas vão além de simples gestos simbólicos; representam ligações de energia, gratidão e busca por equilíbrio. Cada entrega feita em locais de força na natureza, como o mar, as matas, cachoeiras ou encruzilhadas, é uma ação de conexão entre o humano e o divino, entre o visível e o invisível.


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Mas viver a Umbanda fora do Brasil apresenta desafios que muitos não imaginam. Realizar uma entrega requer preparo espiritual, pesquisa e respeito às leis locais e ambientais. Os espaços tradicionalmente utilizados no Brasil para rituais e oferendas, como cachoeiras e matas, aqui costumam ter acesso restrito ou são protegidos por normas rigorosas de conservação. Muitas vezes é preciso encontrar alternativas, adaptar elementos e buscar formas simbólicas de manter a mesma energia.


Essa lição é muito valiosa: compreender que o axé não depende do local físico, e sim da intenção com que o ato é feito. Mesmo em temperaturas mais baixas e um clima muito diferente do nosso Brasil, cada vela acesa e cada flor entregue com amor são expressões da nossa fé viva e da nossa ligação com os Orixás, não importa onde estejamos.


2. O olhar do outro ainda é um desafio

As praias e parques da Inglaterra também trazem outros tipos de dificuldade. O clima, o vento, as limitações geográficas e o medo de sermos mal interpretados fazem parte da rotina. Ainda hoje, a Umbanda é pouco conhecida fora do Brasil e, por isso, muitas vezes confundida por quem a observa sem entender.


Realizar uma gira ou deixar uma oferenda pode atrair olhares de curiosidade, desconfiança e, às vezes, até a intervenção de autoridades locais. A presença de um tambor, uma vela acesa ou elementos simbólicos pode gerar questionamentos. Por isso, é importante explicar com paciência e respeito que se trata de um ato de fé, não de algo proibido ou prejudicial.


Essas experiências também nos ensinam a dialogar, a construir pontes e a levar adiante o verdadeiro sentido da Umbanda: o amor, o acolhimento e o equilíbrio entre mundos. É preciso ter paciência para explicar, e não impor. Afinal, a Umbanda pode ser de todos, mas isso só será possível se ensinarmos com respeito, mostrando que nossa fé é feita de luz, caridade e aprendizado contínuo.


3. O axé floresce onde há fé

Apesar das adversidades, seguimos praticando, celebrando e mantendo viva a chama da nossa religião. Adaptamos nossas giras, procuramos espaços privados e realizamos nossos rituais com consciência ecológica e respeito pelo país que nos acolhe.


Durante a pandemia, por exemplo, as giras online mostraram que o axé também se manifesta no invisível. Mesmo distantes fisicamente, conseguimos manter a corrente unida e levar conforto espiritual a quem precisava. E quando voltamos às atividades presenciais, percebemos que o verdadeiro terreiro não está nas paredes, mas na força que levamos dentro de cada um de nós.


A Umbanda é resistência, amor e fé que florescem onde quer que um coração acolha a espiritualidade. Aqui, mesmo longe das matas e cachoeiras do Brasil, o calor da crença continua vibrando, e o axé segue vivo, superando o frio, a distância e o tempo.


4. Cada gira é um exercício de união e pertencimento

Para muitos brasileiros que vivem fora do país, a Umbanda se torna um elo com as raízes, uma forma de continuar ligados à ancestralidade e à comunidade. Cada gira é montada com cuidado, disciplina e amor. É o momento em que o terreiro se transforma num espaço de cura, acolhimento e conexão.


Em cada ponto cantado e em cada vela acesa, há um lembrete: o axé atravessa oceanos. E mesmo longe de casa, continuamos a fazer o axé acontecer com humildade, coragem e devoção.


A Umbanda é uma religião de encontro entre mundos, entre pessoas, entre tempos. E é isso que a torna tão viva, mesmo fora do Brasil.


Axé a todos os filhos de fé!


Se quiser acompanhar nosso trabalho mais de perto, por favor, siga o Terreiro de Umbanda Estrela Guiada no Instagram @tueg.uk e compartilhe este artigo para espalhar o axé!



Adriano Cabral - AxéNews

Pai Marcos

Pai Marcos, fundador e zelador do Terreiro de Umbanda Estrela Guiada UK - TUEG UK, é um homem com uma rica experiência no mundo espiritual. Desde cedo, teve a oportunidade de explorar diversas vertentes, como o Catolicismo, Kardecismo, Mesa Branca, Reiki, Umbanda e Umbandaime. Essa jornada lhe proporcionou um vasto conhecimento e uma visão abrangente sobre diferentes práticas e filosofias espirituais... [+ informações de Pai Marcos]  



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Redes Sociais: Instagram​​​



|| Artigo de Opinião: texto em que o(a) autor(a) apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretações de fatos, dados e vivências. ** Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do AxéNews.

 
 
 

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