"É seu Zé que tá chegando, Zé Pilintra que chegou..."
- WR Express

- 20 de out.
- 3 min de leitura
Por: Pai Wellington Luís

✅ 20/10/2025 | 11:42
E ele chega grande, grandão! Pisando forte, abrindo caminhos por entre ruas e encruzilhadas. E nunca vem sozinho — como todo bom malandro, tem ao seu
lado sua parceira Dona Navalha, encantadora e afiada igual à sua lâmina. Juntos, os dois se tornam muitos, e a malandragem — a boa malandragem — se torna reza, filosofia de vida e resistência.
Seu Zé Pilintra e Dona Navalha são mais do que entidades: são símbolos de uma sabedoria popular que desafia o sistema, que faz da dor uma possibilidade de cura e que sabe negociar quando preciso sem submeter o que lhes é sagrado.
A nossa malandragem não é crime, é estratégia e sobrevivência. E é com os ensinamentos de quem aprendeu a dançar com as dores sem perder o riso nem a coragem, que o movimento da Malandragem de Seu Zé e Dona Navalha assume o compromisso com ações culturais e com projetos sociais, reafirmando o valor da nossa cultura ancestral e a importância da continuidade dos nossos cuidados e saberes.
Aqui na Bahia, o movimento da Malandragem, que tem à frente O Santuário Zé Pilintra de Salvador e o Ponto de Cultural Casa do Malandro, busca fomentar e apoiar as iniciativas culturais e religiosas, além de promover projetos sociais, acreditando na necessidade de valorização, promoção e incentivo do nosso povo.
Confiamos que é na força do coletivo e na construção conjunta que continuaremos a repassar os grandes aprendizados dos nossos mestres e mestras: as possibilidades de se reinventar, resistir e existir com alegria, elegância, presença e compromisso.
Desde 2023, nos comprometemos a realizar a caminhada em homenagem e valorização de Seu Zé Pilintra e Dona Navalha, tanto em Salvador quanto em outras cidades da Bahia, a exemplo de Araci e Piatã.
Buscamos levar o nome deles por toda a Bahia como uma forma de combater a intolerância religiosa e reforçar a importância de termos espaço para cultuar os nossos aqui no estado. Relembrar quem veio antes é perpetuar a nossa história através dos nossos antepassados.
Seu Zé e Dona Navalha falam sobre as dores, as exclusões, as violências e os desafios que precisam ser combatidos, e que podemos lutar existindo, amando, festejando, se reinventando. É por isso que nos engajamos com os projetos sociais, com o acolhimento de pessoas vulnerabilizadas e em levar alegria através da nossa música com o projeto Samba de Malandro.
E é assim, articulando-nos socialmente, culturalmente e com nossos irmãos e irmãs, que vamos fortalecendo a nossa fé e a nossa missão. E entre um samba e uma oração, também nos fortalecemos com coragem, com afeto e com postura.
Salve, Seu Zé.
Salve, Dona Navalha.
Que a malandragem siga nos guiando — com gingado e sabedoria!

Pai Wellington Luís Silva
Pai Wellington Luís Silva da Conceição nascido no bairro de Fazenda Grande do Retiro, em Salvador, Bahia no dia primeiro de abril de 1974. Seus avós Manoel Cirilo da Silva e Francisca Maria da Silva foram uns dos primeiros a chegar nesse bairro ainda na sua formação, quando uma grande fazenda estava sendo loteada. Filho de Heitor Ponciano da Conceição, taxista, e da professora Vanilda Silva, criado no candomblé Wellington Luis recebeu grande influência de seus avós maternos que eram candomblecistas... [+ informações de Pai Wellington Luís]
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